Transformação e governo digital são expressões que têm integrado, com cada vez mais frequência e intensidade, as reformas modernizantes da Administração Pública brasileira. O objetivo geral do presente trabalho consiste em identificar as principais repercussões que a transformação digital pode acarretar para a função de planejamento governamental. Este artigo tem natureza eminentemente teórica, apoiando-se no arcabouço institucionalista para tecer suas considerações e se inserindo em uma perspectiva interdisciplinar que privilegia a o diálogo entre Administração Pública, Ciência Política e Direito. Valendo-se da análise qualitativa de conteúdo, em um primeiro momento, foram examinadas a trajetória institucional e as questões de maior proeminência quanto à agenda de transformação digital do aparato administrativo do Estado. Subsequentemente, revisitamos o problema clássico da racionalidade limitada sob a ótica das novas fronteiras tecnológicas. Finalmente, delineamos breves considerações acerca dos principais pontos abordados e que podem ser explorados em um horizonte mais amplo de pesquisa neste seara.